Ficar em casa é 'uma questão de responsabilidade', diz especialista
Ao circular por aglomerações, as pessoas podem levar o novo coronavírus para dentro de suas casas e infectar quem é do grupo de risco
Na manhã de ontem (17), a Prefeitura de São Paulo e o governo do estado do Rio de Janeiro decretaram estado de emergência por causa da pandemia do novo coronavírus.
Em São Paulo, estão suspensos todos os eventos que exigem alvará da prefeitura, mesmo aqueles que já foram autorizados.
No Rio, está proibida a realização de eventos com presença de público — shows, eventos esportivos, passeatas, festas, exibição de filmes e peças de teatro.
Antes desses atos formais, já havia medidas de restrição para evitar aglomerações e conter a propagação do vírus.
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, ressalta que ficar em casa e evitar locais cheios é uma questão de "responsabilidade individual e senso de solidariedade" daqueles que não fazem parte do grupo de risco, composto por pessoas acima dos 60 anos, doentes crônicos (diabéticos, cardiopatas, pessoas com problemas renais) e indivíduos imunossuprimidos (em tratamento oncológico e transplantados).
De acordo com o especialista, ao circular por ambientes com aglomerações, os indivíduos podem levar o vírus para dentro de suas casas.
"[Esse ato] acaba sendo um favorecedor para que esse vírus chegue a pessoas que podem desenvolver formas graves da doença e, neste caso, pode até levar à morte", afirma.
As capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro já têm transmissão comunitária do novo coronavírus. Como o próprio nome sugere, nessa fase a infecção já se espalhou pela comunidade e não é possível saber quem transmitiu o vírus para as pessoas.
Apesar de toda essa situação, as praias do Rio de Janeiro estavam cheias no último final de semana. O infectologista pondera que os indivíduos têm uma noção equivocada sobre a falta de risco de contágio em ambientes ao ar livre.
"Elas têm a impressão de que não há problema. Mas se tem uma aglomeração muito grande, existe a possibilidade de transmitir [o vírus]. As pessoas ficam muito próximas uma das outras enquanto conversam, tossem e espirram, isso favorece a transmissão de pessoa para pessoa", esclarece.
Para o grupo de risco, a recomendação é ficar em casa e não receber visitas. "Crianças que são cuidadas por seus avós, por exemplo, também devem ficar em casa, porque elas podem se contaminar e ameaçar os outros", observa.
https://noticias.r7.com/saude/ficar-em-casa-e-uma-questao-de-responsabilidade-diz-especialista-18032020